(Ou de como nossos condicionamentos e preconceitos podem distorcer a visão correta das coisas)
Certo homem devoto, convencido de que era um sincero Buscador da verdade, submeteu-se a uma longa sequência de disciplina e estudo.
Por um período considerável de tempo, teve muitas experiências, tanto em sua vida interior, como exterior, junto a vários mestres.
Um dia, meditando, viu subitamente o diabo sentado ao seu lado.
– Afasta-te, demônio – gritou -, não tens nenhum poder para me causar dano, pois estou seguindo o Caminho dos Eleitos. – A aparição se esfumou.
Um verdadeiro sábio que por ali passava, disse-lhe, com tristeza:
– Ah, meu amigo. Assentaste teus esforços sobre bases tão inseguras, tais como teu medo inalterado, tua avareza e tua autoestima, que chegaste a tua última experiência possível.
– E por quê? – perguntou o buscador.
– Esse diabo é, na realidade, um anjo. Diabo é como tu o viste.
extraído do livro Sufismo no Ocidente
Ed. Dervish, Brasil