Existem paralelos possíveis entre o ser humano e os computadores.
Eles se manifestam de forma aguda, quando colocamos as máquinas em comunicação, pois elas são diferentes entre si e são ligadas de maneira diferente também. Há uma variedade enorme, quase total. De capacidades e configurações. Cada indivíduo tendo algo do seu Criador, algo do seu Usuário, muito do seu Tempo, do seu Lugar.
Quando falam uns com os outros, frequentemente acontece de um não conseguir “abrir” a mensagem do outro, ou o arquivo.
Os modelos antigos não compreendem os mais novos, que também deixam de entender os já obsoletos. As linguagens e os termos de referência usados no início já não são mais entendidos nem usados.
Mesmo quando a comunicação acontece, pode ser que o tom, a nuance de uma cor, não possa ser vista pelo outro, que a interpretará dentro do seu espectro de 256 cores básicas… Um fundo de página de internet que estiver “automático”, pode ser cinza no Netscape, branco no IExplorer, e até mesmo cor-de-rosa.
Se um quer escrever com Aaram Bold, o outro, que nunca ouviu falar disso, resolve que aquilo é uma fonte padrão. Que tal Times New Roman?
Uma página formatada com cuidado em um editor de texto, pode não encontrar o programa ideal para ser vista em outra máquina e aparecer totalmente desmontada. Mesmo sendo da própria família!
Há mesmo o herói Macintosh, que lutou contra os grandes e os venceu, tal era sua superioridade.
Há também o tirano Microsoft, que espalhou pelo mundo suas Janelas, que obrigam a ter uma visão só. Que aprisionou Macintosh e o roubou. Ainda hoje não se falam direito.
Há ainda uma lenda subterrânea, da Finlândia, de onde veio Linux, que se entregou sem resistir e cativou a muitos.
Também não se pode supor que evoluam muito através da quantidade de informações em seu disco rígido. Ou da velocidade com que conseguem lidar com elas.
Precisam de uma intenção do Usuário, com o apoio do Criador, para conseguir um upgrade. Mesmo assim, existe um limite para isso. É possível elevar um pouco o nível existente. Não é provável obter sempre o máximo, ou o ideal. Um 386 jamais será um Pentium IV. Pode ganhar um pouco mais de memória, aumentar sua capacidade de lidar com situações complexas, talvez se enriquecer com um pouco mais de cor, de sons. Melhorar sua comunicação.
Também neste caso, o que é solução para um, pode ser um problema para o outro. O que hoje representou uma melhora, pode não ser assim mais adiante, em outro tempo e em outra situação.
Atualmente as máquinas têm se apoiado em um aumento de suas capacidades, com mais velocidade e memória, mais esforço. Infelizmente o direcionamento destes esforços tem sido o de subjugar o Usuário, que é visto como um consumidor de produtos, um perfil. E é tratado de maneira desonesta, com invasões de cookies e de portas TCP/IP não autorizadas. Tudo em nome do Criador.
Há uma supervalorização do novo, do mais avançado, em detrimento das necessidades reais. Existe uma especulação imaginativa sobre um Mundo Virtual, com mais qualidade e quantidade de coisas, como resultado do aumento das mesmas capacidades atuais. Sem ampliação dos parâmetros e horizontes.